O mestre Manoel Messias é ceramista e mescla em suas peças o universo afro-brasileiro e técnicas tradicionais da cerâmica japonesa, criando tanto objetos utilitários quanto peças escultóricas.
Nasceu em Sergipe, em 2 de março de 1950, e sua família mudou-se para Salvador quatro anos depois. Cresceu entre os bairros da Liberdade e da Lapinha, vivendo a cultura negra, as festas da Independência da Bahia e seus caboclos, os presépios e tantas manifestações populares. Foram os presépios, na infância, que lhe despertaram o desejo de modelar as primeiras peças no barro.
Seu contato mais profundo com a cerâmica se deu nas aulas de modelagem e escultura na Escola de Belas Artes da UFBA, durante a graduação, nos anos 1970, e também na convivência com Osmundo Teixeira, criador de arte sacra. Nos anos 1980, iniciou-se no torno em aulas com o mestre Vitorino, de Maragogipinho, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA).
Suas esculturas representam a cultura brasileira de raízes africanas, principalmente nas máscaras, uma das marcas de seu trabalho. Seus objetos utilitários se inspiram nas formas das cabaças e na cultura afro misturadas a técnicas de decoração e vidrados aprendidas com ceramistas de origem japonesa com os quais conviveu em São Paulo.
Seu trabalho como educador é parte importante de sua trajetória. Foi professor de cerâmica nas oficinas do MAM-BA, arte-educador em diversos projetos com crianças, jovens e pessoas com deficiência em São Paulo, trabalhou em ações do Instituto Mauá em cidades do interior da Bahia e comunidades indígenas, deu aulas no Sesc Bahia, no Palacete das Artes e em seu próprio ateliê, em Camaçari.