O mestre Luís Alberto Amado Sanches é ceramista e escultor e traz no seu trabalho a influência afro-indígena. Nascido no povoado São Braz, no município de Santo Amaro da Purificação, teve seu primeiro contato com a argila através dos seus avós, pescadores e oleiros que vendiam panelas e alguidares na feira local. Até os nove anos de idade, nos intervalos da escola, Luís os ajudava catando lenha para a queima e também confeccionando miniaturas de argila.

Após concluir o curso técnico em Geologia, resolveu retomar a paixão pela modelagem em argila, fazendo cursos em Salvador com nomes fortes da área. Com Constância Carvalho, aprendeu técnicas de esculturas sacras. Com Hilda Salomão e Betânia Vargas, iniciou as experiências de trazer para suas peças a influência afro-indígena. Seu trabalho gira em torno do universo afro-religioso, criando esculturas de Orixás femininas e máscaras.

Iniciou a atividade de professor de cerâmica em 2001, a convite do Instituto Mauá, viajando pelo interior do estado, onde teve experiências em comunidades indígenas (Tuxá, Kiriri e Tupinambá), além de comunidades quilombolas. Seu trabalho era ajudar a presevar e desenvolver a identidade dos produtos dos artesãos dessas comunidades tradicionais e também resgatar o interesse de crianças e adolescentes pelo ofício. Desde 2004, o Mestre Amado, como é chamado, é responsável pela oficina de cerâmica do Centro Educacional Santo Antônio – Cesa, escola das Obras Sociais Irmã Dulce em Simões Filho.