O município de Maragogipinho (BA), reconhecido como o maior centro ceramista da América Latina, celebrou nesta segunda-feira (29) a certificação de 32 mulheres no curso de Biojoias em Cerâmica.
A iniciativa, que surgiu de uma visão estratégica da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), por meio da Coordenação de Fomento ao Artesanato da Bahia (CFA), tem como objetivo modernizar o patrimônio cerâmico local, fortalecendo saberes tradicionais, promovendo o empoderamento feminino e valorizando a arte regional.
Conectando a tradição do barro com o mercado da moda, o projeto foca na criação de biojoias — um nicho de alto valor agregado.
As peças confeccionadas durante o curso pelas artesãs participantes serão apresentadas no São Paulo Fashion Week (SPFW) 2025, no dia 16 de outubro, servindo como vitrine global do talento baiano.
Após curadoria, as criações seguirão para centros de comercialização, ampliando oportunidades de microempreendedorismo e cooperativismo.
“Essa ação de qualificação em Maragogipinho faz parte de um trinômio estratégico, que é qualificar, promover e vender.
A ideia é que as mulheres artesãs não apenas aprendam novas técnicas, mas também tenham seus produtos promovidos e comercializados em espaços adequados.
Nossa expectativa é que esse conjunto de iniciativas contribua para gerar autonomia e liberdade financeira, garantindo que essas mulheres transformem seu talento e saber tradicional em renda e dignidade para suas famílias”, destacou Weslen Moreira, coordenador de Fomento ao Artesanato da Bahia.
O programa intensivo de 100 horas foi dividido em dois módulos, com foco na geração de novas oportunidades de renda e no fortalecimento do protagonismo das mulheres em um setor tradicionalmente masculino.
O primeiro módulo, realizado em julho, introduziu 50 mulheres às técnicas de cerâmica aplicadas à criação de acessórios.
Já o segundo, encerrado no dia 29 de setembro, aprimorou as habilidades das participantes, explorando materiais como barro e piaçava e estimulando o desenvolvimento de coleções autorais, com consultoria criativa da marca baiana Meninos Rei.
O projeto é uma realização do Governo da Bahia, através da Setre e da Coordenação de Fomento ao Artesanato (CFA), em parceria com a Associação Ilê Axé Oju Onirê, a Prefeitura de Aratuípe e a Associação dos Oleiros de Maragogipinho.