Desfile exclusivo marca o lançamento oficial do catálogo ‘Biojoias Maragogipinho’, impulsionando a entrada de mulheres ceramistas no mercado da moda
Um dos momentos mais emocionantes e simbólicos do III Festival da Cerâmica de Maragogipinho foi o desfile de biojoias, realizado neste sábado, 15 de novembro. A passarela, que normalmente é palco para modelos profissionais, foi dominada pela beleza e autenticidade das próprias mulheres artesãs da comunidade, que apresentaram com orgulho as peças que criaram e que já conquistam o mercado nacional.
A iniciativa de trazer as produtoras para o centro das atenções, desfilando suas próprias criações, transcendeu a mera exposição de produtos.
“A priori, a ideia sempre foi trazer essas mulheres para a passarela, para que o território, no terceiro festival de cerâmica, veja essas mulheres para além de produtoras, essas mulheres belas, desfilando, produzindo, garantindo a sua renda. Estou muito orgulhoso para além de ser designer, trabalho com política pública também, e ver que a política pública está sendo entregue para os cidadãos de forma digna, responsável, coesa, legal, elegante e chique. Está trazendo autoestima para as pessoas e autoestima para o território é o que mais importa”, destacou Mateus Estrela, coordenador executivo do projeto Tradição, Ancestralidade e Renda.
As biojoias apresentadas são o resultado de um intenso processo de qualificação teórica e prática que capacitou 32 mulheres, incluindo a mestra Dadá de 94 anos. Essa é uma realização do governo do estado através da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Coordenação de Fomento ao Artesanato (CFA) e a Ilê Axé Oju Onirê. Essas peças, que já foram destaque em desfiles na São Paulo Fashion Week, representam a fusão da sabedoria ancestral com design contemporâneo.
O desfile em Maragogipinho não foi apenas uma apresentação das peças; ele marcou o lançamento oficial das biojoias produzidas pelas artesãs de Maragogipinho, que agora podem ser conhecidas e adquiridas a partir do catálogo ‘Biojoias Maragogipinho’. Este catálogo impulsiona significativamente a autonomia financeira das criadoras, funcionando como uma ferramenta de vendas e visibilidade. Compras já foram realizadas por lojistas de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, e a produção para atender a essas demandas começará já na próxima semana, garantindo renda e sustentabilidade para as famílias.
A versão digital do catálogo poderá ser baixada nas páginas da Setre (www.setre.ba.gov.br) e do Artesanato da Bahia (www.artesanatodabahia.com.br) após o lançamento oficial. Pedidos de biojoias podem ser realizados através do e-mail mateus.estrela@iaoonire.org.br.