A comunidade quilombola da Bahia leva ancestralidade e cultura à Lavagem de La Madeleine


Entre os dias 10 e 12 de setembro, o Quilombo Pitanga de Palmares, da Bahia, marcou presença em Paris na programação da Lavagem de La Madeleine, parte das celebrações do Ano do Brasil na França. A participação reafirmou a força cultural quilombola em um momento simbólico: dois anos após o brutal assassinato de Mãe Bernadete Pacífico, liderança histórica da comunidade.


A agenda em Paris começou com uma recepção oficial na Embaixada do Brasil, onde a artesã Néa Santos, integrante do quilombo e da Associação Raízes do Quilombo, presenteou autoridades e personalidades com peças produzidas na comunidade. O gesto foi reconhecido como símbolo de resistência e diplomacia cultural.

“É uma sensação de satisfação, alegria e mais do que tudo, gratidão por este momento. Pelo artesanato da Bahia poder proporcionar tudo isso ao Raízes do Quilombo.”, disse Néa Santos.


Nos dias seguintes, rodas de diálogo, apresentações artísticas e um showroom de artesanato projetaram internacionalmente a riqueza criativa do quilombo, gerando visibilidade, novas parcerias e reconhecimento. O evento contou com presenças de destaque como o jornalista Marron, o cantor Jau, a dirigente cultural Selma Carabris, além de shows de Armandinho e Ana Mammeto, que emocionaram o público.


O contraste entre a dor da perda de Mãe Bernadete e o brilho da comunidade em Paris reforça a mensagem central: o artesanato e a cultura quilombola não apenas sobrevivem, mas se transformam em instrumentos de memória, resistência e futuro.

“Anos após o brutal assassinato da líder quilombola Bernadete Pacífico, símbolo de luta e de resistência, a comunidade Pitanga de Palmares reafirma sua força e capacidade de se reerguer. Mesmo diante da dor, o território encontra apoio em políticas públicas e ações de qualificação que dão suporte à consolidação de novas posturas e fortalecem suas caminhadas. A recente iniciativa desenvolvida com a comunidade é prova de que a resistência se traduz em conquistas, reforçando identidades, gerações e projetos de futuro.”, destacou Weslen Moreira, coordenador de fomento ao artesanato da Bahia.

Investimento


A ação faz parte de uma construção de políticas públicas de valorização aos povos e comunidades tradicionais promovida pelo Governo da Bahia, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e da Coordenação de Fomento ao Artesanato (CFA), em parceria com a Associação Beneficente Ilê Axé Ojú Onirê e a Viva Madeleine (Paris).