A mestra Ana Fiúza Caires confecciona bordados e domina todo o processo de produção de peças feitas em algodão agroecológico, desde o plantio, passando pelo beneficiamento até os acabamentos dos produtos. Ela nasceu em 15 de maio de 1959 e viveu sua infância na Fazenda Taboa Grande, zona rural de Guanambi, cidade do Sudoeste baiano que, nas décadas de 1970 e 1980, foi um importante pólo algodoeiro.
Sua vida sempre esteve ligada ao plantio do algodão, pelo qual era apaixonada desde a infância, e a lida na roça fazia parte de seu cotidiano. Sua mãe, de quem herdou o ofício, dominava todas as etapas da produção e a inspirou a resgatar essa tradição familiar. Após deixar o campo, já vivendo na cidade, ganhou algumas sementes de algodão colorido, resolveu plantá-las em seu quintal e iniciar uma pequena produção de matéria-prima para seus bordados, criando peças para casas, como colchas, panos de bandeja, toalhas, almofadas, etc.
Com mais de 30 anos de atuação, seu trabalho ficou bastante conhecido. O interesse em perpetuar essa herança a levou a criar e presidir o grupo Mulheres do Algodão de Guanambi, para estruturar melhor a produção das artesãs que, como ela, vivem do beneficiamento das fibras plantadas em seus quintais. Além do algodão tradicional branco, elas produzem outros naturalmente coloridos, em tons de verde, marrom e rubi, e se dividem nas atividades de fiar, tecer e bordar. Seus trabalhos rendem belas peças de cama, mesa e banho em tecidos manuais e com acabamentos como bordados em ponto de cruz, marambaia, macramê e crochê, que são vendidos em feiras e lojas em todo o país.
Ana Fiúza costuma dar cursos e eu sonho é transmitir seu conhecimento para perpetuar o artesanato da cidade de Guanambi.