Maria Roza Araújo nunca fez um curso formal em artesanato, sendo uma autodidata que atribui o início de sua trajetória artística a uma inspiração divina. Evangélica, ela relata que recebeu uma revelação sobre “uma obra de suas mãos,” o que, anos depois, culminou na descoberta de seu talento para artesanato. Roza começou criando peças simples, como arranjos de folhas e objetos decorativos feitos com pedras de rio.
Com o tempo, ela aperfeiçoou suas habilidades, especialmente no trabalho com palha, passando a confeccionar itens como bolsas, jogos americanos, porta-joias e descansos de panela. A Associação Mulher de Fibra, da qual ela é fundadora, surgiu como um espaço colaborativo para artesãs da região. Atualmente, conta com a participação de dezenove mulheres. Cada uma trabalha de forma independente em suas casas, devido à necessidade de conciliar a produção artesanal com outras atividades, tais como o cultivo agrícola.
Maria Roza destacou seu papel como educadora, já tendo oferecico cursos de artesanato em sua comunidade e em localidades próximas, muitas vezes em contextos de grande vulnerabilidade social. Ela menciona com orgulho oimpacto positivo que seu ensino teve na vida das alunas, que passaram a produzir e comercializar suas próprias peças. Um dos marcos de sua trajetória foi o reconhecimento de suas obras em eventos regionais e premiações.
Maria Roza enfatiza que a inspiração para suas peças vem de sua mente criativa e da fé que guia sua prática. Apesar das limitações, como a dificuldade de acesso à matéria-prima em alguns momentos, ela continua dedicada à produção e à transmissão de suas técnicas, fortalecendo a identidade cultural e econômica de sua comunidade.