
Márcio Moura Nogueira é mestre na técnica da cerâmica. Como artesão, prioriza a pesquisa, a utilização de matérias-primas locais e as técnicas mais simples em conjunto com outras mais elaboradas. Desenvolve seu trabalho tanto no campo da escultura decorativa como, principalmente, na produção de utilitários em torno, com esmalte de alta temperatura e queimados no forno a gás.
Nasceu no Rio de Janeiro em 07 de março de 1959. Sua iniciação como ceramista se deu em 1979, quando estudava desenho e pintura no Colégio de Arte de Edimburgo, na cidade de Edimburgo, na Escócia. Foi lá que comprou seu primeiro torno usado nos classificados de um jornal e fez as suas primeiras peças. Em 1984, ganhou uma bolsa de estudos de oito meses para um curso técnico e especialização em cerâmica no Instituto de Arte Sesto Florentino, em Florença, na Itália, onde se especializou em formulação de esmaltes, queima de raku, moldes de gesso e forno a gás.
Suas experiências com o ensino iniciaram nos anos 1980 e perduraram nas décadas seguintes. Em São Paulo, deu aulas de cerâmica de alta temperatura no SESC Pompeia e no Liceu de Artes e Ofícios, além de workshops na USP. Na década de 1990, manteve também um ateliê particular na Vila Madalena, bairro da capital paulista.
Em 2018, mudou-se para a Bahia e montou um ateliê na Praia do Forte, no município de Mata de São João, no Litoral Norte do estado. Deu aulas em projetos sociais no Centro Histórico de Salvador e em Dias d’Ávila e foi professor nos cursos do Instituto Visconde de Mauá, além de ter dado capacitações em comunidades ceramistas do interior do estado. Em 2019, foi convidado para coordenar e dar aulas em um projeto social no Espírito Santo, onde vive atualmente.
Como professor, acredita na importância do trabalho em grupo e busca ensinar de modo que o aprendiz tenha segurança e liberdade no conhecimento adquirido. Para ele, o caminho do artesão é marcado pela prática e resiliência. “Sempre se aprende com o tempo e o tempo todo”, afirma.